Por Hellen Perucci
Laura Buarque,32, e Luíza Braga,29, conseguiram uma oportunidade de trabalho no continente Europeu. Mas em razão das novas variantes da Covid-19 que circulam em território nacional, dezoito países não aceitam a entrada de pessoas ou voos que passaram pelo Brasil, sendo a Alemanha um deles. A emissão de vistos, dentre eles o de cientista necessário para trabalhar e exercer a função em outros países, foi suspensa e não há previsão de retorno das emissões.
Naturais de Belo Horizonte, as pesquisadoras foram aprovadas no processo seletivo para integrar o instituto alemão de pesquisa Helmholtz-Zentrum Dresden-Rossendorf (HZDR). Nele, após três anos de dedicação, o cientista é candidato ao título de PHD, que se aproxima do doutorado no Brasil, enquanto presta serviços ao Instituto.
A seleção de pesquisadores contou com a análise de currículos e entrevistas com participação de pessoas do mundo todo, e as mineiras apaixonadas por conhecimento foram selecionadas junto à um grupo seleto de candidatos.
LAURA BUARQUE
Laura nos contou sobre seus estudos sobre o lítio: “Então, já foi justamente aplicando uma ciência, aplicando a metodologia. De geometalurgia, que era pra prever a recuperação metalúrgica de um minério, então o que eu tinha que juntar a geologia com o processo, com a economia, com estatística, né? Que é o que me trouxe, inclusive, ir para o doutorado agora, que é unir o útil ao muito agradável. É uma pegada de sustentabilidade, de tentar entender a demanda pro futuro, o que a gente tem de reserva de lítio, de recursos de lítio ao redor do mundo, de todos os diferentes tipos de depósito", destacou Laura.
Que desde pequena, é apaixonada por ciência e que se preocupa em como pode contribuir para as gerações futuras: “Que é energia especificamente de energia renovável. Essa pegada que eu sempre me apaixonei. Desde pequena de tentar entender como que a gente pode melhorar o mundo que a gente vive hoje, e deixar ele ou do mesmo jeito, ou melhor pras pras gerações futuras.”
A engenheira de minas com mestrado em geometalurgia pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), relatou que viu o anúncio da vaga no site LinkedIn, e que a vaga era para uma área que sempre a interessou. Quando foi selecionada, pediu demissão do trabalho. E conseguiu sua aprovação em disputa com cerca de 100 candidatos:
"Então eu vi a vaga no LinkedIn, achei muito sensacional. Tinha muito a ver isso que eu tô falando, né? E me inscrevi, eram mais de, acredito que eram mais de cem pessoas que se candidataram pra essa vaga ao redor do mundo, achei que assim, estava fora de cogitação eu ser escolhida. E que é justamente aliar o que eu sempre quis, a ciência mais aplicada, algo mais palpável. Não estar somente dedicada ao trabalho ou 100% dedicada ao doutorado”. explicou.
LUÍZA BRAGA
Com a trajetória escolar em escolas públicas, Luíza prestou vestibular para o curso de Química na UFMG, universo que desde sempre foi apaixonada. Quando se viu como primeiro excedente no curso que sempre quis fazer, precisou efetuar uma escolha: permanecer no Brasil e aguardar alguma desistência, ou ter a possibilidade de ir aos Estados Unidos com a bolsa que conseguiu na Faculdade Getúlio Vargas quando aprovada em engenharia de produção, Luíza escolheu a química e as ciências da natureza.
Mais tarde, com o Ciências Sem Fronteiras, Luiza conseguiu embarcar para a terra do Tio Sam: “Em 2013, participei do Ciências Sem Fronteiras. Fui pros Estados Unidos durante um ano e meio. Aprendi inglês, aprendi a mexer em muitos equipamentos e lá eu descobri outra área, que era a área de engenharia de materiais que eu gostei bastante.” Quando retornou ao Brasil, trabalhou como professora. E concluiu sua graduação em 2017, sendo a primeira da sua família a ter um curso superior.
Concluiu seu mestrado no Instituto Militar do Rio de Janeiro na área de engenharia de materiais: “Eu trabalhava com síntese. É a mesma coisa que eu trabalhava na minha iniciação científica, mas voltada a uma área diferente, porque no meu mestrado trabalhei com materiais pra enxerto ósseo. Então, finalizei o meu mestrado no Rio, voltei pra Minas e comecei a trabalhar como apoio técnico na produção de uma vacina na UFMG.”
Se candidatou para a vaga internacional e foi aprovada junto a outras seis pessoas, de 62 candidatos do mundo todo. E sempre ressalta que os sonhos são importantes: “fui aplicando pra vagas, n vagas internacionais, até conseguir essa que eu participei de um processo seletivo ano passado, internacional. Onde a primeira etapa, era de análise curricular, e cartas de recomendação. Na segunda etapa, eles me falaram, olha só, tiveram sessenta e dois candidatos de todo mundo e escolhemos seis pessoas, e você está entre essas seis pessoas. É coisa que eu digo pra vocês, nunca desistam dos sonhos de vocês, eu sempre acreditei que isso era possível. E qualquer dúvida vocês podem me falar.”
A UNIÃO
Enquanto buscava por brasileiros que trabalhavam no instituto, Luíza encontrou um ex-aluno da UFOP, que passou o contato de Laura que passava pela mesma situação quanto a impossibilidade de assumir o cargo na Alemanha. Desde então, as duas somam forças para conseguirem realizar o sonho de contribuir ainda mais para a ciência brasileira e mundial. Não existem dúvidas que essas mulheres já são inspiração para as gerações futuras, com suas histórias de superação só podemos dizer: Pesquise, Persista e lute como uma garota!
Por Hellen Perucci
Laura Buarque,32, e Luíza Braga,29, conseguiram uma oportunidade de trabalho no continente Europeu. Mas em razão das novas variantes da Covid-19 que circulam em território nacional, dezoito países não aceitam a entrada de pessoas ou voos que passaram pelo Brasil, sendo a Alemanha um deles. A emissão de vistos, dentre eles o de cientista necessário para trabalhar e exercer a função em outros países, foi suspensa e não há previsão de retorno das emissões.
Naturais de Belo Horizonte, as pesquisadoras foram aprovadas no processo seletivo para integrar o instituto alemão de pesquisa Helmholtz-Zentrum Dresden-Rossendorf (HZDR). Nele, após três anos de dedicação, o cientista é candidato ao título de PHD, que se aproxima do doutorado no Brasil, enquanto presta serviços ao Instituto.
A seleção de pesquisadores contou com a análise de currículos e entrevistas com participação de pessoas do mundo todo, e as mineiras apaixonadas por conhecimento foram selecionadas junto à um grupo seleto de candidatos.
LAURA BUARQUE
Laura nos contou sobre seus estudos sobre o lítio: “Então, já foi justamente aplicando uma ciência, aplicando a metodologia. De geometalurgia, que era pra prever a recuperação metalúrgica de um minério, então o que eu tinha que juntar a geologia com o processo, com a economia, com estatística, né? Que é o que me trouxe, inclusive, ir para o doutorado agora, que é unir o útil ao muito agradável. É uma pegada de sustentabilidade, de tentar entender a demanda pro futuro, o que a gente tem de reserva de lítio, de recursos de lítio ao redor do mundo, de todos os diferentes tipos de depósito", destacou Laura.
Que desde pequena, é apaixonada por ciência e que se preocupa em como pode contribuir para as gerações futuras: “Que é energia especificamente de energia renovável. Essa pegada que eu sempre me apaixonei. Desde pequena de tentar entender como que a gente pode melhorar o mundo que a gente vive hoje, e deixar ele ou do mesmo jeito, ou melhor pras pras gerações futuras.”
A engenheira de minas com mestrado em geometalurgia pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), relatou que viu o anúncio da vaga no site LinkedIn, e que a vaga era para uma área que sempre a interessou. Quando foi selecionada, pediu demissão do trabalho. E conseguiu sua aprovação em disputa com cerca de 100 candidatos:
"Então eu vi a vaga no LinkedIn, achei muito sensacional. Tinha muito a ver isso que eu tô falando, né? E me inscrevi, eram mais de, acredito que eram mais de cem pessoas que se candidataram pra essa vaga ao redor do mundo, achei que assim, estava fora de cogitação eu ser escolhida. E que é justamente aliar o que eu sempre quis, a ciência mais aplicada, algo mais palpável. Não estar somente dedicada ao trabalho ou 100% dedicada ao doutorado”. explicou.
LUÍZA BRAGA
Com a trajetória escolar em escolas públicas, Luíza prestou vestibular para o curso de Química na UFMG, universo que desde sempre foi apaixonada. Quando se viu como primeiro excedente no curso que sempre quis fazer, precisou efetuar uma escolha: permanecer no Brasil e aguardar alguma desistência, ou ter a possibilidade de ir aos Estados Unidos com a bolsa que conseguiu na Faculdade Getúlio Vargas quando aprovada em engenharia de produção, Luíza escolheu a química e as ciências da natureza.
Mais tarde, com o Ciências Sem Fronteiras, Luiza conseguiu embarcar para a terra do Tio Sam: “Em 2013, participei do Ciências Sem Fronteiras. Fui pros Estados Unidos durante um ano e meio. Aprendi inglês, aprendi a mexer em muitos equipamentos e lá eu descobri outra área, que era a área de engenharia de materiais que eu gostei bastante.” Quando retornou ao Brasil, trabalhou como professora. E concluiu sua graduação em 2017, sendo a primeira da sua família a ter um curso superior.
Concluiu seu mestrado no Instituto Militar do Rio de Janeiro na área de engenharia de materiais: “Eu trabalhava com síntese. É a mesma coisa que eu trabalhava na minha iniciação científica, mas voltada a uma área diferente, porque no meu mestrado trabalhei com materiais pra enxerto ósseo. Então, finalizei o meu mestrado no Rio, voltei pra Minas e comecei a trabalhar como apoio técnico na produção de uma vacina na UFMG.”
Se candidatou para a vaga internacional e foi aprovada junto a outras seis pessoas, de 62 candidatos do mundo todo. E sempre ressalta que os sonhos são importantes: “fui aplicando pra vagas, n vagas internacionais, até conseguir essa que eu participei de um processo seletivo ano passado, internacional. Onde a primeira etapa, era de análise curricular, e cartas de recomendação. Na segunda etapa, eles me falaram, olha só, tiveram sessenta e dois candidatos de todo mundo e escolhemos seis pessoas, e você está entre essas seis pessoas. É coisa que eu digo pra vocês, nunca desistam dos sonhos de vocês, eu sempre acreditei que isso era possível. E qualquer dúvida vocês podem me falar.”
A UNIÃO
Enquanto buscava por brasileiros que trabalhavam no instituto, Luíza encontrou um ex-aluno da UFOP, que passou o contato de Laura que passava pela mesma situação quanto a impossibilidade de assumir o cargo na Alemanha. Desde então, as duas somam forças para conseguirem realizar o sonho de contribuir ainda mais para a ciência brasileira e mundial. Não existem dúvidas que essas mulheres já são inspiração para as gerações futuras, com suas histórias de superação só podemos dizer: Pesquise, Persista e lute como uma garota!