A entrevista na íntegra, pode ser acessada aqui
Na quarta-feira, 07 de abril, o Real Entrevista contou com a participação de moradores do distrito de Amarantina e de Moraes que relataram a complexa situação que estão vivendo em decorrência do parecer favorável da Agência Nacional de Mineração. Esse parecer permite que as mineradoras aumentem a área de exploração, o que afetaria diretamente, segundo os moradores, cerca de 200 famílias em Amarantina, 30 famílias em Moraes e poderá se estender até Bocaina.
O volume de veículos pesados que circulam pelo distrito já afeta a vida dos moradores através da poeira, do barulho e do perigo devido aos transportes utilizados em meio a população. Um dos principais objetivos das empresas de acordo com a solicitação de servidão é ampliar esse trafego no local:
No parecer da ANM, as empresas afirmaram que os moradores não quiseram conversar ou realizar negociações. Entretanto, os moradores alegaram que esse contato direto como afirmado no documento, nunca aconteceu.
Na entrevista, os moradores contaram como foi o único contato da empresa com a população:
“Nunca fui procurado. Isso aconteceu em dezembro de 2020, quando um escritório de advocacia mandou cartas para os moradores convidando para ir em um local. Porém nessa carta não tinha nem falando o assunto. Os moradores foram todos pegos de surpresa, e foram convidados para um local abandonado na BR, e muitas pessoas ficaram com medo de ir lá. Nesse local que fomos informados sobre essa servidão”, descreveu Felippe Magé, morador de Amarantina.
Marlene Gomes da Silva, de 62 anos, moradora do distrito de Amarantina, contou a triste situação que está passando em um depoimento emocionante: “Trabalho na horta a minha vida inteira e agora ta vindo esse negócio dessa servidão ai que a gente nem sabe o que é, lutei a minha vida inteira par poder conseguir arrumar minha casinha e hoje vem esse povo ai, não basta a bagunça que eles fazem ai, é poeira, é zuera, é tudo enquanto é trem. Agora ainda vem com essa servidão ai e quer tirar nós daqui. A pessoa que nasceu, viveu a vida inteira nesse lugar, agora hoje vem querendo tirar a gente daqui de qualquer maneira. O lugar que eu criei a minha família, lutei muito para poder construir minha casinha, agora tem que deixar tudo pra eles aí e sumir daqui? É uma vergonha!”, desabafou Marlene.
Quanto a possíveis reparações aos moradores, Edy Carlos Gomes, destaca que imóveis foram desvalorizados:
“Desvalorizaram alguns imóveis em até 80%, em todo momento ela só age contra a população, contra a comunidade. Nós estamos muito confiantes na luta, com o apoio de todos. Até mesmo na pandemia ela quer desvalorizar os imóveis.”
E Denizete Fátima, também moradora de Amarantina, complementa:
“Mesmo aqui na minha rua, na casa da minha sogra, tem um terreno que hoje é alugado e funciona uma floricultura, eles colocaram o valor de R$ 114 mil. Mas eu pergunto pra vocês, aonde você compra um lote e constrói uma casa com 114 mil reais? É um absurdo.”
O distrito também é conhecido pelas Cavalhadas de Amarantina, uma festa tradicional que ocorre anualmente em homenagem a São Gonçalo e é Patrimônio Imaterial de Ouro Preto desde 2011. O Campo das Cavalhadas de Amarantina é usado apenas para essa finalidade e a Associação dos Cavaleiros do Mestre Nico é quem organiza o evento. A tradição passa de pai para filho, o que ressalta ainda mais as relações sociais construídas no local e a identificação de seus moradores.
A entrevista na íntegra, pode ser acessada aqui
Na quarta-feira, 07 de abril, o Real Entrevista contou com a participação de moradores do distrito de Amarantina e de Moraes que relataram a complexa situação que estão vivendo em decorrência do parecer favorável da Agência Nacional de Mineração. Esse parecer permite que as mineradoras aumentem a área de exploração, o que afetaria diretamente, segundo os moradores, cerca de 200 famílias em Amarantina, 30 famílias em Moraes e poderá se estender até Bocaina.
O volume de veículos pesados que circulam pelo distrito já afeta a vida dos moradores através da poeira, do barulho e do perigo devido aos transportes utilizados em meio a população. Um dos principais objetivos das empresas de acordo com a solicitação de servidão é ampliar esse trafego no local:
No parecer da ANM, as empresas afirmaram que os moradores não quiseram conversar ou realizar negociações. Entretanto, os moradores alegaram que esse contato direto como afirmado no documento, nunca aconteceu.
Na entrevista, os moradores contaram como foi o único contato da empresa com a população:
“Nunca fui procurado. Isso aconteceu em dezembro de 2020, quando um escritório de advocacia mandou cartas para os moradores convidando para ir em um local. Porém nessa carta não tinha nem falando o assunto. Os moradores foram todos pegos de surpresa, e foram convidados para um local abandonado na BR, e muitas pessoas ficaram com medo de ir lá. Nesse local que fomos informados sobre essa servidão”, descreveu Felippe Magé, morador de Amarantina.
Marlene Gomes da Silva, de 62 anos, moradora do distrito de Amarantina, contou a triste situação que está passando em um depoimento emocionante: “Trabalho na horta a minha vida inteira e agora ta vindo esse negócio dessa servidão ai que a gente nem sabe o que é, lutei a minha vida inteira par poder conseguir arrumar minha casinha e hoje vem esse povo ai, não basta a bagunça que eles fazem ai, é poeira, é zuera, é tudo enquanto é trem. Agora ainda vem com essa servidão ai e quer tirar nós daqui. A pessoa que nasceu, viveu a vida inteira nesse lugar, agora hoje vem querendo tirar a gente daqui de qualquer maneira. O lugar que eu criei a minha família, lutei muito para poder construir minha casinha, agora tem que deixar tudo pra eles aí e sumir daqui? É uma vergonha!”, desabafou Marlene.
Quanto a possíveis reparações aos moradores, Edy Carlos Gomes, destaca que imóveis foram desvalorizados:
“Desvalorizaram alguns imóveis em até 80%, em todo momento ela só age contra a população, contra a comunidade. Nós estamos muito confiantes na luta, com o apoio de todos. Até mesmo na pandemia ela quer desvalorizar os imóveis.”
E Denizete Fátima, também moradora de Amarantina, complementa:
“Mesmo aqui na minha rua, na casa da minha sogra, tem um terreno que hoje é alugado e funciona uma floricultura, eles colocaram o valor de R$ 114 mil. Mas eu pergunto pra vocês, aonde você compra um lote e constrói uma casa com 114 mil reais? É um absurdo.”
O distrito também é conhecido pelas Cavalhadas de Amarantina, uma festa tradicional que ocorre anualmente em homenagem a São Gonçalo e é Patrimônio Imaterial de Ouro Preto desde 2011. O Campo das Cavalhadas de Amarantina é usado apenas para essa finalidade e a Associação dos Cavaleiros do Mestre Nico é quem organiza o evento. A tradição passa de pai para filho, o que ressalta ainda mais as relações sociais construídas no local e a identificação de seus moradores.