Por Maria Letícia
Estudo realizado pelo Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) revela que municípios onde a Vale atua tem maior taxa de contaminações por COVID-19. Os estudos foram realizados com base nos boletins epidemiológicos da Secretaria de Estado de Saúde, abarcando 45 municípios que representam 7,4% da população mineira, porém representam 11,6% de todos os casos confirmados em Minas Gerais. Trabalhadores denunciam descaso com a saúde dos funcionários da Vale e de outras mineradoras.
Em entrevista para a Rádio Real FM, Rafael Ribeiro, presidente do Sindicato Metabase, afirma que é impossível que não ocorram aglomerações na mineração e e, para evitar piorar a crise sanitária, é necessária a licença remunerada durante os picos da pandemia.
"A gente desde o início da pandemia entrou em contato com todas as empresas da nossa região, como a Vale e CSN, pra tentar primeiro a licença remunerada para os trabalhadores, sobretudo com os picos da pandemia, e protocolos de testagem em massa. Todas elas (mineradoras) em certa medida negaram, praticamente todas. Na mineração, como qualquer atividade industrial, você não tem como não ter aglomeração no processo produtivo, ou seja, todo o processo produtivo na mineração, independente dele, com qualquer que seja o protocolo, você tem um índice importante de contaminação".
Rafael segue explicando que, mesmo em turnos alternados, é impossível não haver contato, já que durante a troca de turno todos os trabalhadores passam pelos mesmos ambientes e que, além disso, todo o processo exige uma presença muito grande de funcionários, o que torna as medidas de distanciamento e protocolos de segurança quase impossíveis de serem realizadas.
O coordenador estadual do MAM, Luiz Paulo Siqueira, já havia afirmado que a mineração poderia ser um vetor de propagação do coronavírus, pois em todos processo, desde o transporte até o trabalho em si e nos refeitórios, há grandes aglomerações, normalmente em ambiente muito fechado, facilitando a propagação do vírus.
"Então a gente fez denúncias no Ministério Público, até que a Vale, em Itabira, teve a sua atividade paralisada. Fez um acordo de testagem de vinte em vinte dias no nível nacional. Então, ela começou a fazer esse processo de testagem, mas, mesmo assim, tinha contaminação. Na nossa opinião, tem que diminuir a produção, tem que parar sobretudo em picos de pandemia. Por exemplo, na semana passada, a gente mandou um ofício pra Vale falando que precisaria recolocar o número de trabalhadores maior do que tinha hoje em home office pra garantir isolamento social", explica Rafael.
Rafael ainda destaca que, durante a alta do minério de ferro, todos os trabalhadores tiveram que retornar, independentemente se as cidades se encontravam na onda vermelha ou não.
"Com o preço aumentando, a Vale teve que aumentar a produção onde teve jeito. E ela fez isso, quando tem muitos caso, por exemplo, em Itabira, ou em outra região. Ela vai transferindo os trabalhadores pra suprir essa demanda dos que estão afastados. Não teve nenhuma diminuição de produção por causa da Covid-19".
O sindicalista ainda diz que tentaram forçar os governos municipais a terem uma política mais ofensiva com as mineradoras, já que não houve investimento em hospitais de campanha financiado pelas mineradoras da região. As mineradores fizeram doações de máscaras e outras coisas, mas nenhum investimento significativo. Ele também ressalta que a Vale teve um lucro em 2020 de 109 bilhões e não gastou nem 5% disso com medidas à pandemia, sendo que é responsável por um grande número de contágios. Além disso, a mineradora aumentou a jornada de trabalho e outras empresas do setor zeraram o reajuste, aproveitando o medo coletivo do desemprego.
A Vale suspendeu todas as atividades consideradas não essenciais em Itabirito, no dia 17 de março em razão da entrada de todas as cidades de Minas, na onda roxa.
Nota da Assessoria da Vale
“A Vale segue realizando a testagem em massa para todos empregados próprios e terceirizados em todas as unidades do Brasil e no mundo, onde a legislação permite. No Brasil, já foram feitos cerca de 1,2 milhão de testes, sendo importante destacar que os empregados são testados mais de uma vez nas operações da empresa. Nos casos em que a testagem é positiva, o trabalhador deve cumprir quarentena preventiva e o isolamento domiciliar. Importante destacar que a empresa mantém diálogo com os órgãos competentes e comunica as autoridades de saúde sobre casos suspeitos e/ou confirmados. Em respeito à privacidade de seus empregados, a Vale não comenta resultados de exames.
Além disso, desde o início da pandemia, a Vale vem adotando todas as medidas para proteção dos empregados e terceiros contra a COVID-19 em todas as localidades onde atua. A empresa colocou em prática um conjunto de ações rigorosas, como uso de máscaras, medidas de distanciamento social, higienização e triagem diária, além do trabalho remoto para todas as funções elegíveis e para empregados dos grupos de risco aumentado para COVID-19, conforme orientação do Ministério da Saúde. A Vale também tem intensificado campanhas de conscientização para que todos mantenham a guarda alta e, diante da nova fase aguda da pandemia, restringiu ainda mais os acessos daqueles em funções não-operacionais, permitindo a entrada somente para necessidades emergenciais, que serão analisadas caso a caso. Todas as viagens não essenciais também continuam suspensas.
Com a substituição do trabalho presencial pelo remoto, segue nos sites o efetivo necessário para manutenção das operações. Para acessar qualquer unidade, os empregados e terceiros devem responder, ainda em casa, a um questionário online que identifica algum possível sinal ou sintoma. Nas portarias, é necessário passar pelo sistema de medição da temperatura corporal, sem necessidade de contato físico. Em caso de qualquer sintoma, a pessoa recebe orientação médica imediata para que não tenha contato com os demais trabalhadores. Empregados com sintomas gripais recebem recomendação para ficar em casa.”
Por Maria Letícia
Estudo realizado pelo Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) revela que municípios onde a Vale atua tem maior taxa de contaminações por COVID-19. Os estudos foram realizados com base nos boletins epidemiológicos da Secretaria de Estado de Saúde, abarcando 45 municípios que representam 7,4% da população mineira, porém representam 11,6% de todos os casos confirmados em Minas Gerais. Trabalhadores denunciam descaso com a saúde dos funcionários da Vale e de outras mineradoras.
Em entrevista para a Rádio Real FM, Rafael Ribeiro, presidente do Sindicato Metabase, afirma que é impossível que não ocorram aglomerações na mineração e e, para evitar piorar a crise sanitária, é necessária a licença remunerada durante os picos da pandemia.
"A gente desde o início da pandemia entrou em contato com todas as empresas da nossa região, como a Vale e CSN, pra tentar primeiro a licença remunerada para os trabalhadores, sobretudo com os picos da pandemia, e protocolos de testagem em massa. Todas elas (mineradoras) em certa medida negaram, praticamente todas. Na mineração, como qualquer atividade industrial, você não tem como não ter aglomeração no processo produtivo, ou seja, todo o processo produtivo na mineração, independente dele, com qualquer que seja o protocolo, você tem um índice importante de contaminação".
Rafael segue explicando que, mesmo em turnos alternados, é impossível não haver contato, já que durante a troca de turno todos os trabalhadores passam pelos mesmos ambientes e que, além disso, todo o processo exige uma presença muito grande de funcionários, o que torna as medidas de distanciamento e protocolos de segurança quase impossíveis de serem realizadas.
O coordenador estadual do MAM, Luiz Paulo Siqueira, já havia afirmado que a mineração poderia ser um vetor de propagação do coronavírus, pois em todos processo, desde o transporte até o trabalho em si e nos refeitórios, há grandes aglomerações, normalmente em ambiente muito fechado, facilitando a propagação do vírus.
"Então a gente fez denúncias no Ministério Público, até que a Vale, em Itabira, teve a sua atividade paralisada. Fez um acordo de testagem de vinte em vinte dias no nível nacional. Então, ela começou a fazer esse processo de testagem, mas, mesmo assim, tinha contaminação. Na nossa opinião, tem que diminuir a produção, tem que parar sobretudo em picos de pandemia. Por exemplo, na semana passada, a gente mandou um ofício pra Vale falando que precisaria recolocar o número de trabalhadores maior do que tinha hoje em home office pra garantir isolamento social", explica Rafael.
Rafael ainda destaca que, durante a alta do minério de ferro, todos os trabalhadores tiveram que retornar, independentemente se as cidades se encontravam na onda vermelha ou não.
"Com o preço aumentando, a Vale teve que aumentar a produção onde teve jeito. E ela fez isso, quando tem muitos caso, por exemplo, em Itabira, ou em outra região. Ela vai transferindo os trabalhadores pra suprir essa demanda dos que estão afastados. Não teve nenhuma diminuição de produção por causa da Covid-19".
O sindicalista ainda diz que tentaram forçar os governos municipais a terem uma política mais ofensiva com as mineradoras, já que não houve investimento em hospitais de campanha financiado pelas mineradoras da região. As mineradores fizeram doações de máscaras e outras coisas, mas nenhum investimento significativo. Ele também ressalta que a Vale teve um lucro em 2020 de 109 bilhões e não gastou nem 5% disso com medidas à pandemia, sendo que é responsável por um grande número de contágios. Além disso, a mineradora aumentou a jornada de trabalho e outras empresas do setor zeraram o reajuste, aproveitando o medo coletivo do desemprego.
A Vale suspendeu todas as atividades consideradas não essenciais em Itabirito, no dia 17 de março em razão da entrada de todas as cidades de Minas, na onda roxa.
Nota da Assessoria da Vale
“A Vale segue realizando a testagem em massa para todos empregados próprios e terceirizados em todas as unidades do Brasil e no mundo, onde a legislação permite. No Brasil, já foram feitos cerca de 1,2 milhão de testes, sendo importante destacar que os empregados são testados mais de uma vez nas operações da empresa. Nos casos em que a testagem é positiva, o trabalhador deve cumprir quarentena preventiva e o isolamento domiciliar. Importante destacar que a empresa mantém diálogo com os órgãos competentes e comunica as autoridades de saúde sobre casos suspeitos e/ou confirmados. Em respeito à privacidade de seus empregados, a Vale não comenta resultados de exames.
Além disso, desde o início da pandemia, a Vale vem adotando todas as medidas para proteção dos empregados e terceiros contra a COVID-19 em todas as localidades onde atua. A empresa colocou em prática um conjunto de ações rigorosas, como uso de máscaras, medidas de distanciamento social, higienização e triagem diária, além do trabalho remoto para todas as funções elegíveis e para empregados dos grupos de risco aumentado para COVID-19, conforme orientação do Ministério da Saúde. A Vale também tem intensificado campanhas de conscientização para que todos mantenham a guarda alta e, diante da nova fase aguda da pandemia, restringiu ainda mais os acessos daqueles em funções não-operacionais, permitindo a entrada somente para necessidades emergenciais, que serão analisadas caso a caso. Todas as viagens não essenciais também continuam suspensas.
Com a substituição do trabalho presencial pelo remoto, segue nos sites o efetivo necessário para manutenção das operações. Para acessar qualquer unidade, os empregados e terceiros devem responder, ainda em casa, a um questionário online que identifica algum possível sinal ou sintoma. Nas portarias, é necessário passar pelo sistema de medição da temperatura corporal, sem necessidade de contato físico. Em caso de qualquer sintoma, a pessoa recebe orientação médica imediata para que não tenha contato com os demais trabalhadores. Empregados com sintomas gripais recebem recomendação para ficar em casa.”