Por Hellen Perucci
A leishmaniose é uma doença infecciosa, porém não contagiosa que acomete animais silvestres, cães não vacinados e o homem. É transmitida pelo mosquito palha, mas, como se trata de uma zoonose, o mosquito só transmite a leishmania se tiver picado um animal contaminado pelo protozoário. O serviço público das cidades de Itabirito, Ouro Preto e Mariana não oferece a vacina aos animais.
Segundo o Ministério da saúde, atualmente, não existem vacinas disponíveis para humanos. E a prevenção consiste, basicamente, em evitar contato com o mosquito-palha, inseto transmissor da doença.
As fontes de infecção são principalmente animais silvestres infectados, mas o cão doméstico pode servir também como hospedeiro (ser infectado). Quando o homem é picado pelo inseto que carrega a leishmania, pode desenvolver dois tipos de doença: a leishmaniose tegumentar (que acomete a pele e as mucosas) ou a leishmaniose visceral ou calazar (que acomete os órgãos internos). O que define se o paciente terá a forma cutânea ou a forma visceral é o tipo de leishmania que o contamina.
A veterinária Crislene da Silva, afirma que dentre os sintomas estão: “lesões cutâneas oculares e crescimento exagerado das unhas. Tem também animais assintomáticos pois existem dois tipos de leishmaniose”.
E completa que a doença, que tem maior incidência no período de calor, pode ser prevenida através da coleira scalibur e da vacinação. Mas que o ideal é que o teste de Leishmaniose seja realizado antes da vacina e caso o teste do animal dê negativo, a vacinação é aplicada no sistema privado. Se for positivo, o tutor poderá optar pelo tratamento ou eutanásia.
Davi Vieira conta, com pesar, que devido a doença, seu animal de estimação, precisou ser sacrificado: “No caso da minha cachorra, ela era muito novinha e o desenvolvimento dela foi brutalmente interrompido porque ela era um animal de porte grande. Era para ela ter crescido bastante e quando ela era novinha mesmo foi infectada. E a doença foi evoluindo e as unhas dela não paravam de crescer por mais que eu cortasse. Ela estava sempre muito magra, e comia muito. Chegou um tempo em que ela não estava conseguindo nem andar direito mais. Levei ela ao veterinário e quando ela fez o exame de sangue deu positivo. Aí eu tive que avisar a vigilância sanitária, assinar o termo e tive que mandar minha cachorra ser sacrificada com um ano e quatro meses.”
Segundo a prefeitura de Mariana, quando os cães reagentes aos testes são tutorados, o responsável é orientado sobre a existência e a possibilidade de tratamento e da necessidade de monitoramento do animal para controle da doença. Nos animais diagnosticados portadores da doença e que o tutor alegue impossibilidade de arcar com os custos do tratamento ou manifeste interesse próprio, a eutanásia é realizada. Nesses casos, o responsável assina um termo de consentimento autorizando a realização do procedimento.
Os animais oriundos de recolhimento e que por ventura se encontram reagentes em dois testes sorológicos, passam por eutanásia, considerando que o serviço público não oferece o tratamento da Leishmaniose a esses animais. Cabe ressaltar que, nos casos em que a eutanásia é praticada, o procedimento é feito pelo Médico Veterinário segundo as normas de bem estar animal determinadas pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária na Resolução n.º 714, de 20 de junho de 2002.
Beatriz, que faz parte da Ong Instituto de Defesa dos Direitos dos Animais (IDDA) atuante como órgão fiscalizador em Ouro Preto e Mariana, conta os principais desafios do enfretamento a doença: “Enfrentamos, em Ouro Preto, muitas dificuldades com relação a contenção dessa doença. Visto que não existem campanhas educativas, meios de conscientização, para que a população conheça e saiba identificar os sintomas iniciais da doença. E dessa forma, fazer contenção, o manejo desse animal corretamente.
E cita algumas atitudes que podem ser tomadas para a diminuição da incidência da doença: “Eu acredito que as principais ações que a gente tenha como controlar, serão as medidas de conscientização, medidas educativas, castração em massa, vacinação em massa porque é uma doença que tem vacina, mas ela não é gratuita e não é barata, não é uma coisa que todos tem acesso. Se houvesse uma campanha contra a leishmaniose, talvez a gente conseguiria diminuir os números de forma considerável.” ressaltou
Já em Itabirito, o serviço de Controle Animal da cidade informou que: “os maiores desafios para o controle dessa doença estão ligados diretamente as ações relacionadas as obrigações da população quanto ao manejo ambiental e também ao tratamento do seu animal. O poder público investe em educação sanitária, mas ainda é possível fazer mais. Os tutores dos animais devem se atentar aos cuidados com seu cão, mas também com todo o ambiente em que ele vive.
Na cidade de Mariana, a testagem é feita em todos os cães recolhidos pelo Centro de Acolhimento Animal (CAA) e em cães da população por meio de solicitação prévia por via telefônica. Em 2020 cerca de 1000 animais foram testados com 21 caninos positivos.
Em Ouro Preto, segundo a prefeitura, em janeiro deste ano houveram 92 coletas de sangue e 92 testes rápidos foram realizados. Com dois resultados positivos, 88 negativados e 6 coletas de sangue encaminhadas para a FUNED.
Em Itabirito os dados não foram disponibilizados.
Por Hellen Perucci
A leishmaniose é uma doença infecciosa, porém não contagiosa que acomete animais silvestres, cães não vacinados e o homem. É transmitida pelo mosquito palha, mas, como se trata de uma zoonose, o mosquito só transmite a leishmania se tiver picado um animal contaminado pelo protozoário. O serviço público das cidades de Itabirito, Ouro Preto e Mariana não oferece a vacina aos animais.
Segundo o Ministério da saúde, atualmente, não existem vacinas disponíveis para humanos. E a prevenção consiste, basicamente, em evitar contato com o mosquito-palha, inseto transmissor da doença.
As fontes de infecção são principalmente animais silvestres infectados, mas o cão doméstico pode servir também como hospedeiro (ser infectado). Quando o homem é picado pelo inseto que carrega a leishmania, pode desenvolver dois tipos de doença: a leishmaniose tegumentar (que acomete a pele e as mucosas) ou a leishmaniose visceral ou calazar (que acomete os órgãos internos). O que define se o paciente terá a forma cutânea ou a forma visceral é o tipo de leishmania que o contamina.
A veterinária Crislene da Silva, afirma que dentre os sintomas estão: “lesões cutâneas oculares e crescimento exagerado das unhas. Tem também animais assintomáticos pois existem dois tipos de leishmaniose”.
E completa que a doença, que tem maior incidência no período de calor, pode ser prevenida através da coleira scalibur e da vacinação. Mas que o ideal é que o teste de Leishmaniose seja realizado antes da vacina e caso o teste do animal dê negativo, a vacinação é aplicada no sistema privado. Se for positivo, o tutor poderá optar pelo tratamento ou eutanásia.
Davi Vieira conta, com pesar, que devido a doença, seu animal de estimação, precisou ser sacrificado: “No caso da minha cachorra, ela era muito novinha e o desenvolvimento dela foi brutalmente interrompido porque ela era um animal de porte grande. Era para ela ter crescido bastante e quando ela era novinha mesmo foi infectada. E a doença foi evoluindo e as unhas dela não paravam de crescer por mais que eu cortasse. Ela estava sempre muito magra, e comia muito. Chegou um tempo em que ela não estava conseguindo nem andar direito mais. Levei ela ao veterinário e quando ela fez o exame de sangue deu positivo. Aí eu tive que avisar a vigilância sanitária, assinar o termo e tive que mandar minha cachorra ser sacrificada com um ano e quatro meses.”
Segundo a prefeitura de Mariana, quando os cães reagentes aos testes são tutorados, o responsável é orientado sobre a existência e a possibilidade de tratamento e da necessidade de monitoramento do animal para controle da doença. Nos animais diagnosticados portadores da doença e que o tutor alegue impossibilidade de arcar com os custos do tratamento ou manifeste interesse próprio, a eutanásia é realizada. Nesses casos, o responsável assina um termo de consentimento autorizando a realização do procedimento.
Os animais oriundos de recolhimento e que por ventura se encontram reagentes em dois testes sorológicos, passam por eutanásia, considerando que o serviço público não oferece o tratamento da Leishmaniose a esses animais. Cabe ressaltar que, nos casos em que a eutanásia é praticada, o procedimento é feito pelo Médico Veterinário segundo as normas de bem estar animal determinadas pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária na Resolução n.º 714, de 20 de junho de 2002.
Beatriz, que faz parte da Ong Instituto de Defesa dos Direitos dos Animais (IDDA) atuante como órgão fiscalizador em Ouro Preto e Mariana, conta os principais desafios do enfretamento a doença: “Enfrentamos, em Ouro Preto, muitas dificuldades com relação a contenção dessa doença. Visto que não existem campanhas educativas, meios de conscientização, para que a população conheça e saiba identificar os sintomas iniciais da doença. E dessa forma, fazer contenção, o manejo desse animal corretamente.
E cita algumas atitudes que podem ser tomadas para a diminuição da incidência da doença: “Eu acredito que as principais ações que a gente tenha como controlar, serão as medidas de conscientização, medidas educativas, castração em massa, vacinação em massa porque é uma doença que tem vacina, mas ela não é gratuita e não é barata, não é uma coisa que todos tem acesso. Se houvesse uma campanha contra a leishmaniose, talvez a gente conseguiria diminuir os números de forma considerável.” ressaltou
Já em Itabirito, o serviço de Controle Animal da cidade informou que: “os maiores desafios para o controle dessa doença estão ligados diretamente as ações relacionadas as obrigações da população quanto ao manejo ambiental e também ao tratamento do seu animal. O poder público investe em educação sanitária, mas ainda é possível fazer mais. Os tutores dos animais devem se atentar aos cuidados com seu cão, mas também com todo o ambiente em que ele vive.
Na cidade de Mariana, a testagem é feita em todos os cães recolhidos pelo Centro de Acolhimento Animal (CAA) e em cães da população por meio de solicitação prévia por via telefônica. Em 2020 cerca de 1000 animais foram testados com 21 caninos positivos.
Em Ouro Preto, segundo a prefeitura, em janeiro deste ano houveram 92 coletas de sangue e 92 testes rápidos foram realizados. Com dois resultados positivos, 88 negativados e 6 coletas de sangue encaminhadas para a FUNED.
Em Itabirito os dados não foram disponibilizados.