Por Maria Letícia
Após as eleições municipais de 2020 os cargos nas Câmaras de Vereadores foram novamente dominados por figuras masculinas. Em Ouro Preto, apenas uma mulher ocupa o cargo em cada cidade. Lilian França Albuquerque (PTD) representa apenas 6,6% de ocupação feminina em contraste a população 51,23% de mulheres na cidade, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A cidade de Mariana também possui apenas uma mulher no cargo de Vereadora, Sônia Maria Azzi (DEM), também representando 6,6% de ocupação e em Itabirito não há sequer uma mulher dentre os 13 parlamentares na câmara. Ambas as cidades possuem uma população com maioria feminina.
A vereadora Lilian França acredita que a ausência de mulheres se deve a um fator histórico social: “A estrutura da política masculina nos condiciona a votar nos homens, sem perceber que vários dos assuntos importantes no universo da mulher possui mais urgência quando somos nós quem discutimos. Violência dentro de casa, risco de andar sozinha, assédio. Essas coisas não fazem parte da pauta dos homens. Por isso, é importante uma conscientização entre nós, mulheres, para que possamos nos ver representadas em todos os âmbitos”. Lilian ainda completa sugerindo uma reflexão sobre a situação: “De uma forma geral, a ausência da mulher na política - inclusive a de Ouro Preto - vem de um histórico que precisa ser pensado. E por isso, nosso mandato está aberto para que todas elas venham somar. Temos um mandato feminino, voltado paras causas sociais, das mulheres”.
Em um cenário dominado por homens, a vice-prefeita de Ouro Preto, Regina Braga (Republicanos) destaca a importância e as dificuldades de existir um número maior de mulheres em cargos políticos:
“Apesar de sermos a maioria da população brasileira e dos eleitores - hoje em dia temos mais mulheres votando do que homens - infelizmente a representatividade da mulher na política no Brasil inteiro é baixíssima! Infelizmente. Isso é fruto de uma cultura cultura machista, fruto de muito preconceito e, muitas das vezes, também das próprias mulheres não acreditarem na sua força, na sua inteligência e na sua capacidade. Eu estou sempre conclamando as mulheres a participarem mais ativamente da política, da vida pública, por que só assim nós teremos uma política mais inclusiva, mais humana, mais plural, mais inteligente e muito mais interessante. Eu já estou ai, foram cinco mandatos como vereadora e agora vice-prefeita. Dizer que é fácil, não é! É muito preconceito. É muito difícil, mas não é impossível! Basta a gente ter força, coragem e acreditar que é possível, porque é possível. E a política precisa de mais mulheres, por mais igualdade, por mais qualidade de vida no nosso município e na nossa Ouro Preto”.
Os números baixos não são exclusividade da região dos inconfidentes. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil se encontra em 140º posição no ranking mundial de representatividade feminina, sendo que o estudo inclui 193 países. De acordo com o artigo 11 da lei 9.100/1995 “vinte por cento, no mínimo, das vagas de cada partido ou coligação deverão ser preenchidas por candidaturas de mulheres.”. Ainda que haja uma lei prevendo que os partidos sejam obrigados a candidatar mulheres, não há medidas efetivas sobre a ocupação de cargos políticos.
De forma a tentar igualar a representatividade feminina na cidade de Itabirito, o ex-candidato a prefeitura Ricardo Oliveira (Avante), tinha como proposta de campanha fazer com que 50% dos cargos comissionados e do secretariado fosse composto por mulheres. Ao ser questionado o que o levou a propor a medida, o ex-candidato respondeu:
“Por compreender e defender a necessidade do fortalecimento da luta pela igualdade de gênero na nossa cidade. Garantir que as mulheres tenham o mesmo espaço nos cargos de liderança do governo municipal é reconhecer o seu protagonismo e a sua importância. E é por isso que entre as principais propostas nossas no último pleito estava que no mínimo 50% dos secretariado e cargos comissionados seriam ocupados pelas mulheres. Mas, também, quero destacar que essa luta pela igualdade entre homens e mulheres é uma pauta na minha vida pública. No meu mandato, enquanto vereador, atuei nesse debate e com iniciativas concretas, como a lei que garante a Semana de Combate a violência doméstica e familiar contra mulher, além de tantos outros projetos que lutei ao lado dos colegas vereadores”.
Por Maria Letícia
Após as eleições municipais de 2020 os cargos nas Câmaras de Vereadores foram novamente dominados por figuras masculinas. Em Ouro Preto, apenas uma mulher ocupa o cargo em cada cidade. Lilian França Albuquerque (PTD) representa apenas 6,6% de ocupação feminina em contraste a população 51,23% de mulheres na cidade, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A cidade de Mariana também possui apenas uma mulher no cargo de Vereadora, Sônia Maria Azzi (DEM), também representando 6,6% de ocupação e em Itabirito não há sequer uma mulher dentre os 13 parlamentares na câmara. Ambas as cidades possuem uma população com maioria feminina.
A vereadora Lilian França acredita que a ausência de mulheres se deve a um fator histórico social: “A estrutura da política masculina nos condiciona a votar nos homens, sem perceber que vários dos assuntos importantes no universo da mulher possui mais urgência quando somos nós quem discutimos. Violência dentro de casa, risco de andar sozinha, assédio. Essas coisas não fazem parte da pauta dos homens. Por isso, é importante uma conscientização entre nós, mulheres, para que possamos nos ver representadas em todos os âmbitos”. Lilian ainda completa sugerindo uma reflexão sobre a situação: “De uma forma geral, a ausência da mulher na política - inclusive a de Ouro Preto - vem de um histórico que precisa ser pensado. E por isso, nosso mandato está aberto para que todas elas venham somar. Temos um mandato feminino, voltado paras causas sociais, das mulheres”.
Em um cenário dominado por homens, a vice-prefeita de Ouro Preto, Regina Braga (Republicanos) destaca a importância e as dificuldades de existir um número maior de mulheres em cargos políticos:
“Apesar de sermos a maioria da população brasileira e dos eleitores - hoje em dia temos mais mulheres votando do que homens - infelizmente a representatividade da mulher na política no Brasil inteiro é baixíssima! Infelizmente. Isso é fruto de uma cultura cultura machista, fruto de muito preconceito e, muitas das vezes, também das próprias mulheres não acreditarem na sua força, na sua inteligência e na sua capacidade. Eu estou sempre conclamando as mulheres a participarem mais ativamente da política, da vida pública, por que só assim nós teremos uma política mais inclusiva, mais humana, mais plural, mais inteligente e muito mais interessante. Eu já estou ai, foram cinco mandatos como vereadora e agora vice-prefeita. Dizer que é fácil, não é! É muito preconceito. É muito difícil, mas não é impossível! Basta a gente ter força, coragem e acreditar que é possível, porque é possível. E a política precisa de mais mulheres, por mais igualdade, por mais qualidade de vida no nosso município e na nossa Ouro Preto”.
Os números baixos não são exclusividade da região dos inconfidentes. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil se encontra em 140º posição no ranking mundial de representatividade feminina, sendo que o estudo inclui 193 países. De acordo com o artigo 11 da lei 9.100/1995 “vinte por cento, no mínimo, das vagas de cada partido ou coligação deverão ser preenchidas por candidaturas de mulheres.”. Ainda que haja uma lei prevendo que os partidos sejam obrigados a candidatar mulheres, não há medidas efetivas sobre a ocupação de cargos políticos.
De forma a tentar igualar a representatividade feminina na cidade de Itabirito, o ex-candidato a prefeitura Ricardo Oliveira (Avante), tinha como proposta de campanha fazer com que 50% dos cargos comissionados e do secretariado fosse composto por mulheres. Ao ser questionado o que o levou a propor a medida, o ex-candidato respondeu:
“Por compreender e defender a necessidade do fortalecimento da luta pela igualdade de gênero na nossa cidade. Garantir que as mulheres tenham o mesmo espaço nos cargos de liderança do governo municipal é reconhecer o seu protagonismo e a sua importância. E é por isso que entre as principais propostas nossas no último pleito estava que no mínimo 50% dos secretariado e cargos comissionados seriam ocupados pelas mulheres. Mas, também, quero destacar que essa luta pela igualdade entre homens e mulheres é uma pauta na minha vida pública. No meu mandato, enquanto vereador, atuei nesse debate e com iniciativas concretas, como a lei que garante a Semana de Combate a violência doméstica e familiar contra mulher, além de tantos outros projetos que lutei ao lado dos colegas vereadores”.