Gabriel Ferreira
Na segunda-feira(4), foi publicado na revista britânica Nature, o segundo caso no mundo de remissão total do vírus HIV. Além disso, as informações foram apresentadas na noite de terça-feira(5), na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas, em Washington. O primeiro caso de remissão completa do vírus foi do "paciente de Berlin", Timothy Ray Brown, que foi curado há quase 12 anos. Agora, um grupo internacional de pesquisadores anunciou o segundo caso em quase quatro décadas de um indivíduo que, depois de passar por um transplante de células-tronco, viu-se livre do HIV.
De acordo com os cientistas envolvidos no estudo, ainda não se pode falar em cura da Aids. Porém, Ravindra Gupta, líder da pesquisa, da Universidade College Londres e da Universidade de Cambrige, esse resultado “ traz esperança para novas estratégias de tratamento que, juntas, possam eliminar o HIV”. Ainda que hoje a síndrome da imunodeficiência adquirida seja abordada como uma doença crônica — e não mais letal —,15 milhões dos 37 milhões de infectados não têm acesso à terapia antirretroviral e, mesmo entre os tratados, os casos de resistência aos medicamentos são preocupantes. “A supressão durável do HIV sem necessidade de drogas é, portanto, uma prioridade global urgente”, diz o artigo.
Embora afirmem que o transplante não é uma opção viável para o tratamento da Aids, médicos acreditam que o caso do paciente de Londres é um grande avanço.
"Isso vai inspirar as pessoas que a cura não é um sonho", disse Annemarie Wensing, virologista do Centro Médico da Universidade de Utrecht, na Holanda, ao “NY Times”.
Paciente de Londres
O homem identificado apenas como 'paciente de Londres' foi submetido, em 2016, a um transplante de células tronco, por causa de um câncer. O doador tinha mutação genética que confere resistência natural ao HIV, e transplante mudou o sistema imunológico do paciente.
Paciente de Berlim
O primeiro caso de remissão total do vírus HIV aconteceu em 2007, quando Timothy Ray Brown, que hoje tem 52 anos e vive em Palm Springs, na Califórnia, teve leucemia e foi submetido à quimioterapia.
Com o não funcionamento desse tratamento, Brown foi submetido a dois transplantes de medula óssea, e seu doador também tinha uma mutação genética em uma proteína chamada CCR5, que repousa sobre a superfície de certas células do sistema imunológico. O H.I.V. usa a proteína para entrar nessas células, mas não consegue aderir à versão mutante.
Brown recebeu drogas imunossupressoras que não são mais usadas e teve sérias complicações após a cirurgia. Ele quase morreu, mas depois de se recuperar totalmente os médicos constataram que ele estava curado da infecção pelo HIV.
Créditos da Imagem: © iStoc
Gabriel Ferreira
Na segunda-feira(4), foi publicado na revista britânica Nature, o segundo caso no mundo de remissão total do vírus HIV. Além disso, as informações foram apresentadas na noite de terça-feira(5), na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas, em Washington. O primeiro caso de remissão completa do vírus foi do "paciente de Berlin", Timothy Ray Brown, que foi curado há quase 12 anos. Agora, um grupo internacional de pesquisadores anunciou o segundo caso em quase quatro décadas de um indivíduo que, depois de passar por um transplante de células-tronco, viu-se livre do HIV.
De acordo com os cientistas envolvidos no estudo, ainda não se pode falar em cura da Aids. Porém, Ravindra Gupta, líder da pesquisa, da Universidade College Londres e da Universidade de Cambrige, esse resultado “ traz esperança para novas estratégias de tratamento que, juntas, possam eliminar o HIV”. Ainda que hoje a síndrome da imunodeficiência adquirida seja abordada como uma doença crônica — e não mais letal —,15 milhões dos 37 milhões de infectados não têm acesso à terapia antirretroviral e, mesmo entre os tratados, os casos de resistência aos medicamentos são preocupantes. “A supressão durável do HIV sem necessidade de drogas é, portanto, uma prioridade global urgente”, diz o artigo.
Embora afirmem que o transplante não é uma opção viável para o tratamento da Aids, médicos acreditam que o caso do paciente de Londres é um grande avanço.
"Isso vai inspirar as pessoas que a cura não é um sonho", disse Annemarie Wensing, virologista do Centro Médico da Universidade de Utrecht, na Holanda, ao “NY Times”.
Paciente de Londres
O homem identificado apenas como 'paciente de Londres' foi submetido, em 2016, a um transplante de células tronco, por causa de um câncer. O doador tinha mutação genética que confere resistência natural ao HIV, e transplante mudou o sistema imunológico do paciente.
Paciente de Berlim
O primeiro caso de remissão total do vírus HIV aconteceu em 2007, quando Timothy Ray Brown, que hoje tem 52 anos e vive em Palm Springs, na Califórnia, teve leucemia e foi submetido à quimioterapia.
Com o não funcionamento desse tratamento, Brown foi submetido a dois transplantes de medula óssea, e seu doador também tinha uma mutação genética em uma proteína chamada CCR5, que repousa sobre a superfície de certas células do sistema imunológico. O H.I.V. usa a proteína para entrar nessas células, mas não consegue aderir à versão mutante.
Brown recebeu drogas imunossupressoras que não são mais usadas e teve sérias complicações após a cirurgia. Ele quase morreu, mas depois de se recuperar totalmente os médicos constataram que ele estava curado da infecção pelo HIV.
Créditos da Imagem: © iStoc