Por Hellen Perucci
O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) declarou situação de escassez hídrica no Rio das Velhas em virtude do baixo índice de precipitação no último período chuvoso considerado abaixo da média. De acordo com o texto, as medidas decretadas tem objetivo de minimizar os impactos da seca. As declarações buscam prevenir ou minimizar os efeitos da falta de água e a possível degradação ambiental, além de garantir o atendimento aos usos prioritários e minimizar os impactos sobre os usos múltiplos.
Rio das Velhas é um curso de água do estado de Minas Gerais e suas nascentes estão localizadas na cachoeira das Andorinhas, município de Ouro Preto. É o maior afluente em extensão da Bacia do Rio São Francisco, em seus 801 km entre a nascente e a cidade de Várzea da Palma, o Rio das Velhas é responsável pelo abastecimento de mais de 60% da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Dentre as medidas decretadas e que são válidas até novembro de 2021 estão: Redução de 20% do volume diário outorgado para as captações de água para a finalidade de consumo humano, dessedentação animal ou abastecimento público; Redução de 25% do volume diário outorgado para a finalidade de irrigação; Redução de 30% do volume diário outorgado para as captações de água para a finalidade de consumo industrial e agroindustrial; Redução de 50% do volume outorgado para as demais finalidades, exceto usos não consuntivos. Trinta e duas cidades são impactadas pela decisão, dentre elas Belo Horizonte e Caeté.
O Coordenador da Câmara Técnica de Planejamento e Controle do Comitê do Rio das Velhas, Ronald Guerra, também conhecido como Roninho, falou sobre como o Rio se distribui em Ouro Preto e como a proteção pode ser realizada:
“Aqui na região de Ouro Preto, toda a região da Bacia do Rio das Velhas está concentrada. Não na sede, mas nos distritos de Cachoeira do Campo, Amarantina, Engenheiro Corrêa, Santo Antônio do Leite e Glaura. As áreas de inundação dos rios estão diminuindo, principalmente no Córrego do Maracujá. E cada vez mais a ocupação de moradias próximas à cabeceira do Rio das Velhas faz com que os mananciais absorvam menos água e o sistema de drenagem acontece de forma mais lenta.”
Para que a proteção possa acontecer, Ronald Guerra, destaca o que pode ser feito nas Áreas de Proteção Próximas, as APP’s :
“A gente precisa ter um trabalho muito forte de proteção das nascentes, de manejo adequado do uso do solo, das pastagens e ampliação de áreas Áreas de Proteção Próximas aos rios e topos de morro. E evitar que a urbanização ocupe essas APP 's, como vem acontecendo nos distritos de Cachoeira do Campo e Santo Antônio do Leite, em que isso acontece de uma forma muito crescente; ou seja, ao redor do Rio. A cidade vai crescendo e fazendo aterros, o que diminui a segurança hídrica. Por exemplo, em Cachoeira do Campo é comum que chuvas, intensas ou não, vão causar inundações mais frequentes também"
A escassez, que também pode causar inundações:
"As inundações mais frequentes são o outro lado da moeda da escassez: Quando as cidades interrompem a dinâmica hídrica natural, as águas chegam de forma mais rápida, elas vão embora e não infiltram, não penetram no solo e não mantém as nascentes. Essa é a relação que temos, chuvas muito intensas e secas muito intensas.”
O Coordenador da Câmara Técnica de Planejamento e Controle do Comitê do Rio das Velhas também explicou, como a escassez do curso de água em Belo Horizonte deve ser pauta em Ouro Preto:
“Atualmente, pode-se dizer que um terço da Bacia do Rio das Velhas está no território do município de Ouro Preto, somado aos distritos: São Bartolomeu, Cachoeira do Campo, Santo Antônio do Leite, Engenheiro Correia e Amarantina. Nos distritos, especificamente, existem sistemas de drenagem que são abastecidos pela própria bacia do Rio. Então, temos que ter uma equação de equilíbrio. Se na região metropolitana, que é abastecida pelo Rio está tendo escassez, é preciso trabalhar de forma ampla a distribuição de água em toda aquela bacia montante, já que isso afeta as cidades que estão necessitando de sistemas de abastecimento, principalmente em Ouro Preto.”
Os dados da porção hidrográfica declarada em situação crítica de escassez hídrica superficial encontram-se disponíveis no endereço eletrônico do IGAM http://www.igam.mg.gov.br/
Por Hellen Perucci
O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) declarou situação de escassez hídrica no Rio das Velhas em virtude do baixo índice de precipitação no último período chuvoso considerado abaixo da média. De acordo com o texto, as medidas decretadas tem objetivo de minimizar os impactos da seca. As declarações buscam prevenir ou minimizar os efeitos da falta de água e a possível degradação ambiental, além de garantir o atendimento aos usos prioritários e minimizar os impactos sobre os usos múltiplos.
Rio das Velhas é um curso de água do estado de Minas Gerais e suas nascentes estão localizadas na cachoeira das Andorinhas, município de Ouro Preto. É o maior afluente em extensão da Bacia do Rio São Francisco, em seus 801 km entre a nascente e a cidade de Várzea da Palma, o Rio das Velhas é responsável pelo abastecimento de mais de 60% da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Dentre as medidas decretadas e que são válidas até novembro de 2021 estão: Redução de 20% do volume diário outorgado para as captações de água para a finalidade de consumo humano, dessedentação animal ou abastecimento público; Redução de 25% do volume diário outorgado para a finalidade de irrigação; Redução de 30% do volume diário outorgado para as captações de água para a finalidade de consumo industrial e agroindustrial; Redução de 50% do volume outorgado para as demais finalidades, exceto usos não consuntivos. Trinta e duas cidades são impactadas pela decisão, dentre elas Belo Horizonte e Caeté.
O Coordenador da Câmara Técnica de Planejamento e Controle do Comitê do Rio das Velhas, Ronald Guerra, também conhecido como Roninho, falou sobre como o Rio se distribui em Ouro Preto e como a proteção pode ser realizada:
“Aqui na região de Ouro Preto, toda a região da Bacia do Rio das Velhas está concentrada. Não na sede, mas nos distritos de Cachoeira do Campo, Amarantina, Engenheiro Corrêa, Santo Antônio do Leite e Glaura. As áreas de inundação dos rios estão diminuindo, principalmente no Córrego do Maracujá. E cada vez mais a ocupação de moradias próximas à cabeceira do Rio das Velhas faz com que os mananciais absorvam menos água e o sistema de drenagem acontece de forma mais lenta.”
Para que a proteção possa acontecer, Ronald Guerra, destaca o que pode ser feito nas Áreas de Proteção Próximas, as APP’s :
“A gente precisa ter um trabalho muito forte de proteção das nascentes, de manejo adequado do uso do solo, das pastagens e ampliação de áreas Áreas de Proteção Próximas aos rios e topos de morro. E evitar que a urbanização ocupe essas APP 's, como vem acontecendo nos distritos de Cachoeira do Campo e Santo Antônio do Leite, em que isso acontece de uma forma muito crescente; ou seja, ao redor do Rio. A cidade vai crescendo e fazendo aterros, o que diminui a segurança hídrica. Por exemplo, em Cachoeira do Campo é comum que chuvas, intensas ou não, vão causar inundações mais frequentes também"
A escassez, que também pode causar inundações:
"As inundações mais frequentes são o outro lado da moeda da escassez: Quando as cidades interrompem a dinâmica hídrica natural, as águas chegam de forma mais rápida, elas vão embora e não infiltram, não penetram no solo e não mantém as nascentes. Essa é a relação que temos, chuvas muito intensas e secas muito intensas.”
O Coordenador da Câmara Técnica de Planejamento e Controle do Comitê do Rio das Velhas também explicou, como a escassez do curso de água em Belo Horizonte deve ser pauta em Ouro Preto:
“Atualmente, pode-se dizer que um terço da Bacia do Rio das Velhas está no território do município de Ouro Preto, somado aos distritos: São Bartolomeu, Cachoeira do Campo, Santo Antônio do Leite, Engenheiro Correia e Amarantina. Nos distritos, especificamente, existem sistemas de drenagem que são abastecidos pela própria bacia do Rio. Então, temos que ter uma equação de equilíbrio. Se na região metropolitana, que é abastecida pelo Rio está tendo escassez, é preciso trabalhar de forma ampla a distribuição de água em toda aquela bacia montante, já que isso afeta as cidades que estão necessitando de sistemas de abastecimento, principalmente em Ouro Preto.”
Os dados da porção hidrográfica declarada em situação crítica de escassez hídrica superficial encontram-se disponíveis no endereço eletrônico do IGAM http://www.igam.mg.gov.br/