Por Rayssa Aguiar
Desde março do ano passado, o bairro São Cristóvão, em Ouro Preto, tem passado por diversos problemas, entre eles, um intenso vazamento relacionado ao reservatório de água que fica acima da Capela de São Cristóvão.
Sidnea Santos, historiadora e moradora do bairro, explica mais sobre essa situação:
“O que acontece atualmente é que há vários mundéus remanescentes desse processo da mineração do Ouro do século XVIII, embora estejam dentro da zona de tombamento do IPHAN, não são tratados pelos poderes públicos aqui da região como patrimônio. Então, em março do ano passado, durante um período de chuvas intensas, um pedaço do mundéu cedeu, que aqui a gente chama de mundéu da Dona Benta, é o mundéu próximo à Capela de São Cristóvão, localizado na rua Prof. Alberto Barbosa, nº 33, ao lado da minha casa. O local pertencia a uma falecida senhorinha chamada Dona Benta, que deixou o terreno para os seus descendentes, atuais moradores do local. Com as chuvas intensas de janeiro até março, a caixa d’água redonda, que fica ao lado desse mundéu, começou a vazar novamente, algo que ocorre há mais ou menos 15 anos, mas nenhuma obra de infraestrutura civil foi feita para solucionar o ocorrido”.
A não resolução do problema acarretou em um desmoronamento de parte do muro desse mundéu, mais especificamente, em março do ano passado. Desde então, os moradores têm empreendido uma luta junto à Prefeitura Municipal de Ouro Preto e o IPHAN, para que esse muro possa ser recomposto. Entretanto, há um impasse, é o que diz Sidnea:
“No dia em que os blocos se deslocaram, a gente pediu à defesa civil que mantivesse as pedras originais em um canto da rua, para que a recomposição do muro pudesse ser feita. Entretanto, é alegado que quem tem que fazer a obra é a proprietária do terreno, mas a proprietária não tem condições de fazer a obra, além de não ter responsabilidade sobre o ocorrido, já que o dano não foi causado por ela”.
O mundéu, que tem cerca de 300 anos de existência, é um patrimônio histórico da cidade de Ouro Preto, além de ser um patrimônio da mineração, mas, não é tratado com a devida importância.
No dia 16 de agosto, técnicos da Saneouro estiveram no local para realizar uma vistoria, mas foi algo realizado superficialmente, de acordo com os moradores do bairro.
Em contato com a Saneouro, a empresa alega o seguinte:
“Técnicos da Saneouro estiveram no bairro São Cristóvão na tarde da segunda-feira, dia 16, para uma visita técnica ao local para averiguar a reclamação de vazamento. Foi informado aos representantes da Associação que em outubro do ano passado, a Saneouro realizou o reparo no reservatório, que é muito antigo e apresentava diversas fissuras, o que resultava nos vazamentos. Com esta ação, o escoamento da água foi solucionado”.
A nota ainda diz:
“Sobre o vazamento que vai até o salão da capela de São Cristóvão, a Saneouro informou que para que seja possível a identificação da causa do possível vazamento, o qual não é contínuo (fato observado na visita), que seja informada/comunicada logo que o vazamento surgir novamente”.
Entretanto, a justificativa dada pela Saneouro não condiz com as eventuais reclamações, é o que diz Sidnea Santos, uma das moradoras.
“A gente já percorreu todos os caminhos necessários. Estivemos juntos à ação social, verificamos todas as rubricas para as pessoas de baixa renda, que não tem condições de executar esse tipo de obra. A gente já provou com visitas in loco. A Saneouro esteve no local e viu que quando há um processo intenso de chuvas, o ladrão da caixa d’água não dá conta da vazão, mas até agora nada foi feito. A associação de moradores já buscou todos os caminhos, o que está faltando mesmo é vontade política de resolver a situação”.
A Rádio também entrou em contato com o vereador Alex Brito, que tem estado à frente da situação:
“A Associação de moradores solicitou a presença da Saneouro no bairro, eu estive presente e nada foi feito. O Senhor Cléber Salves, superintendente da Saneouro, esteve junto com a sua equipe no local. Mas, eles analisaram friamente a situação, não deram laudo, não deram atestado, muito menos entraram no reservatório, só olharam superficialmente e foram embora”.
A situação é grave, pois o vazamento tem sido contínuo, sobretudo nos períodos chuvosos, o que pode ocasionar sérios problemas aos moradores do bairro, é o que diz o vereador:
“É muito preocupante e muito arriscado, nós todos estamos muito preocupados com essa situação. Caso o problema não seja resolvido, teremos que criar uma manifestação pacífica, ou uma tentativa de diálogo através do judiciário, para tentar resolver a situação que coloca em risco tantas moradias do bairro São Cristóvão”.
No último dia 02, em reunião da Câmara Municipal de Ouro Preto, o vereador retomou a pauta sobre o vazamento, alegando que a população residente no bairro não espera uma visita de cortesia, mas sim soluções práticas sobre o caso, antes que problemas maiores possam acontecer.
Até o momento, a Saneouro não se manifestou mais sobre o ocorrido.
Por Rayssa Aguiar
Desde março do ano passado, o bairro São Cristóvão, em Ouro Preto, tem passado por diversos problemas, entre eles, um intenso vazamento relacionado ao reservatório de água que fica acima da Capela de São Cristóvão.
Sidnea Santos, historiadora e moradora do bairro, explica mais sobre essa situação:
“O que acontece atualmente é que há vários mundéus remanescentes desse processo da mineração do Ouro do século XVIII, embora estejam dentro da zona de tombamento do IPHAN, não são tratados pelos poderes públicos aqui da região como patrimônio. Então, em março do ano passado, durante um período de chuvas intensas, um pedaço do mundéu cedeu, que aqui a gente chama de mundéu da Dona Benta, é o mundéu próximo à Capela de São Cristóvão, localizado na rua Prof. Alberto Barbosa, nº 33, ao lado da minha casa. O local pertencia a uma falecida senhorinha chamada Dona Benta, que deixou o terreno para os seus descendentes, atuais moradores do local. Com as chuvas intensas de janeiro até março, a caixa d’água redonda, que fica ao lado desse mundéu, começou a vazar novamente, algo que ocorre há mais ou menos 15 anos, mas nenhuma obra de infraestrutura civil foi feita para solucionar o ocorrido”.
A não resolução do problema acarretou em um desmoronamento de parte do muro desse mundéu, mais especificamente, em março do ano passado. Desde então, os moradores têm empreendido uma luta junto à Prefeitura Municipal de Ouro Preto e o IPHAN, para que esse muro possa ser recomposto. Entretanto, há um impasse, é o que diz Sidnea:
“No dia em que os blocos se deslocaram, a gente pediu à defesa civil que mantivesse as pedras originais em um canto da rua, para que a recomposição do muro pudesse ser feita. Entretanto, é alegado que quem tem que fazer a obra é a proprietária do terreno, mas a proprietária não tem condições de fazer a obra, além de não ter responsabilidade sobre o ocorrido, já que o dano não foi causado por ela”.
O mundéu, que tem cerca de 300 anos de existência, é um patrimônio histórico da cidade de Ouro Preto, além de ser um patrimônio da mineração, mas, não é tratado com a devida importância.
No dia 16 de agosto, técnicos da Saneouro estiveram no local para realizar uma vistoria, mas foi algo realizado superficialmente, de acordo com os moradores do bairro.
Em contato com a Saneouro, a empresa alega o seguinte:
“Técnicos da Saneouro estiveram no bairro São Cristóvão na tarde da segunda-feira, dia 16, para uma visita técnica ao local para averiguar a reclamação de vazamento. Foi informado aos representantes da Associação que em outubro do ano passado, a Saneouro realizou o reparo no reservatório, que é muito antigo e apresentava diversas fissuras, o que resultava nos vazamentos. Com esta ação, o escoamento da água foi solucionado”.
A nota ainda diz:
“Sobre o vazamento que vai até o salão da capela de São Cristóvão, a Saneouro informou que para que seja possível a identificação da causa do possível vazamento, o qual não é contínuo (fato observado na visita), que seja informada/comunicada logo que o vazamento surgir novamente”.
Entretanto, a justificativa dada pela Saneouro não condiz com as eventuais reclamações, é o que diz Sidnea Santos, uma das moradoras.
“A gente já percorreu todos os caminhos necessários. Estivemos juntos à ação social, verificamos todas as rubricas para as pessoas de baixa renda, que não tem condições de executar esse tipo de obra. A gente já provou com visitas in loco. A Saneouro esteve no local e viu que quando há um processo intenso de chuvas, o ladrão da caixa d’água não dá conta da vazão, mas até agora nada foi feito. A associação de moradores já buscou todos os caminhos, o que está faltando mesmo é vontade política de resolver a situação”.
A Rádio também entrou em contato com o vereador Alex Brito, que tem estado à frente da situação:
“A Associação de moradores solicitou a presença da Saneouro no bairro, eu estive presente e nada foi feito. O Senhor Cléber Salves, superintendente da Saneouro, esteve junto com a sua equipe no local. Mas, eles analisaram friamente a situação, não deram laudo, não deram atestado, muito menos entraram no reservatório, só olharam superficialmente e foram embora”.
A situação é grave, pois o vazamento tem sido contínuo, sobretudo nos períodos chuvosos, o que pode ocasionar sérios problemas aos moradores do bairro, é o que diz o vereador:
“É muito preocupante e muito arriscado, nós todos estamos muito preocupados com essa situação. Caso o problema não seja resolvido, teremos que criar uma manifestação pacífica, ou uma tentativa de diálogo através do judiciário, para tentar resolver a situação que coloca em risco tantas moradias do bairro São Cristóvão”.
No último dia 02, em reunião da Câmara Municipal de Ouro Preto, o vereador retomou a pauta sobre o vazamento, alegando que a população residente no bairro não espera uma visita de cortesia, mas sim soluções práticas sobre o caso, antes que problemas maiores possam acontecer.
Até o momento, a Saneouro não se manifestou mais sobre o ocorrido.