Por Hellen Perucci
A cidade de Ouro Preto foi o primeiro município do Brasil a ter um sistema de tratamento de água e esgoto, o sistema denominado na época como tanques de desinfecção, foram instalados na década de 1890 do século 19, durante o reinado de Dom Pedro Segundo. Quem nos conta mais sobre isso é o Professor do departamento de Engenharia da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e membro do Conselho Municipal de Saneamento, Antônio Sanchez:
“Muita gente não sabe esta história, mas Ouro Preto foi a primeira cidade do Brasil em ter uma estação de tratamento de esgoto. Especificamente em 1890, foi inaugurado os tanques de desinfecção da Barra, um ano antes da morte de Pedro Segundo e ficaram em um funcionamento até as primeiras décadas do século vinte. Desde então, cem anos depois, Ouro Preto não trata o esgoto que lança. Trata aproximadamente menos de um por cento do esgoto que é produzido no município. O resto é lançado no estado bruto para os rios e córregos da cidade.”
O Professor e engenheiro também apontou dados quanto a distribuição e acesso à água no município:
“Com relação a água, o atendimento é quase 97% da população. Quer dizer que há 3% da população que ainda não tem acesso a água tratada. Estamos falando de cerca de 1200 pessoas que não tem sequer acesso a água tratada; o abastecimento na cidade é feito desde mananciais superficiais que tem suas respectivas estações de tratamento de água, por exemplo o Itacolomi, Jardim Botânico, Vila Alegre, Amarantina, Funil e também o abastecimento é feito de poços né? Por exemplo temos o sistema Lavras Novas, Santa Rita que dependem bastante de poços e também sistemas privados que pertencem a grandes consumidores da cidade.”
E também destacou a precariedade do abastecimento e os níveis de perdas físicas no munícipio, ou seja, perca de água tratada por motivo de vazamentos:
“Um dado fundamental para entender a precariedade do sistema de abastecimento de água de Ouro Preto e o nível de perdas físicas, perdas físicas são aquelas perdas de água tratada por vazamentos. O indicador de perdas físicas na cidade está em 55%. Este é um valor estimado porque não há não a micro e macromedição ainda suficiente para saber com exatidão o nível de perdas. Então se estima que deve estar em torno de cinquenta e cinco por cento. O que é que significa isso? Que do total de água captada nos mananciais que é tratada, clorada e bombeada, 55% dessa água é perdida durante a distribuição por perdas, por vazamento, em tubulações e a reservatórios.”
E são inúmeras as formas de impacto que essa perda pode trazer a população:
“Um elevado impacto nos mananciais que podem estar sub explorados, falta de água quando a população aumenta, por exemplo, durante o carnaval e muita vulnerabilidade, né? E sobretudo se houver uma seca recorrente ou uma crise hídrica, poderia faltar água na cidade ou em partes da cidade com um conseguinte impacto, né? No turismo, na indústria. Só pra ter uma ideia, o nível de perdas físicas no Brasil é 40%. Tem cidades que estão melhor em 30%, e tem cidades que o nível de perda chega até 70%. Alguns sistemas são muito precários no norte e nordeste do país. Mas Ouro Preto com certeza está nesse ranking das cidades com maior perda de água do Brasil.”
Para saber mais sobre as diretrizes do Novo Marco Regulatório do Saneamento básico assinado pelo presidente da república em 2020, clique aqui.
Por Hellen Perucci
A cidade de Ouro Preto foi o primeiro município do Brasil a ter um sistema de tratamento de água e esgoto, o sistema denominado na época como tanques de desinfecção, foram instalados na década de 1890 do século 19, durante o reinado de Dom Pedro Segundo. Quem nos conta mais sobre isso é o Professor do departamento de Engenharia da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e membro do Conselho Municipal de Saneamento, Antônio Sanchez:
“Muita gente não sabe esta história, mas Ouro Preto foi a primeira cidade do Brasil em ter uma estação de tratamento de esgoto. Especificamente em 1890, foi inaugurado os tanques de desinfecção da Barra, um ano antes da morte de Pedro Segundo e ficaram em um funcionamento até as primeiras décadas do século vinte. Desde então, cem anos depois, Ouro Preto não trata o esgoto que lança. Trata aproximadamente menos de um por cento do esgoto que é produzido no município. O resto é lançado no estado bruto para os rios e córregos da cidade.”
O Professor e engenheiro também apontou dados quanto a distribuição e acesso à água no município:
“Com relação a água, o atendimento é quase 97% da população. Quer dizer que há 3% da população que ainda não tem acesso a água tratada. Estamos falando de cerca de 1200 pessoas que não tem sequer acesso a água tratada; o abastecimento na cidade é feito desde mananciais superficiais que tem suas respectivas estações de tratamento de água, por exemplo o Itacolomi, Jardim Botânico, Vila Alegre, Amarantina, Funil e também o abastecimento é feito de poços né? Por exemplo temos o sistema Lavras Novas, Santa Rita que dependem bastante de poços e também sistemas privados que pertencem a grandes consumidores da cidade.”
E também destacou a precariedade do abastecimento e os níveis de perdas físicas no munícipio, ou seja, perca de água tratada por motivo de vazamentos:
“Um dado fundamental para entender a precariedade do sistema de abastecimento de água de Ouro Preto e o nível de perdas físicas, perdas físicas são aquelas perdas de água tratada por vazamentos. O indicador de perdas físicas na cidade está em 55%. Este é um valor estimado porque não há não a micro e macromedição ainda suficiente para saber com exatidão o nível de perdas. Então se estima que deve estar em torno de cinquenta e cinco por cento. O que é que significa isso? Que do total de água captada nos mananciais que é tratada, clorada e bombeada, 55% dessa água é perdida durante a distribuição por perdas, por vazamento, em tubulações e a reservatórios.”
E são inúmeras as formas de impacto que essa perda pode trazer a população:
“Um elevado impacto nos mananciais que podem estar sub explorados, falta de água quando a população aumenta, por exemplo, durante o carnaval e muita vulnerabilidade, né? E sobretudo se houver uma seca recorrente ou uma crise hídrica, poderia faltar água na cidade ou em partes da cidade com um conseguinte impacto, né? No turismo, na indústria. Só pra ter uma ideia, o nível de perdas físicas no Brasil é 40%. Tem cidades que estão melhor em 30%, e tem cidades que o nível de perda chega até 70%. Alguns sistemas são muito precários no norte e nordeste do país. Mas Ouro Preto com certeza está nesse ranking das cidades com maior perda de água do Brasil.”
Para saber mais sobre as diretrizes do Novo Marco Regulatório do Saneamento básico assinado pelo presidente da república em 2020, clique aqui.