Por Hellen Perucci

No ano em que o Skate estreou como um esporte Olímpico, o Brasil já garantiu medalha: Kelvin Hoefler, de 28 anos com a prata, e o destaque foi a skatista mirim Rayssa Leal, que com apenas 13 anos, a fadinha também trouxe medalha de prata para nosso país. Fazendo história em um esporte que passou por muitos desafios, preconceitos e falta de estrutura até chegar nas Olímpiadas de Tóquio.

No país, o esporte apareceu na cidade do Rio de Janeiro, na década de 60. Com uma relação conturbada, já chegou a ser até proibido por lei na cidade de São Paulo. Mas agora, como visto, se tornou um esporte com grande potencial de destaque e de grandes conquistas futuras nas mais diversas idades.

Mas e na região dos inconfidentes? Quem são os personagens e qual a estrutura para sua prática? Podemos sonhar com algum medalhista da região? Fomos atrás de respostas:

A cidade de Mariana conta com Associação Marianense de Esportes Urbanos (AMEU), e seu fundador, Cristiano Coelho, vê como insatisfatória a forma como o esporte é praticado na cidade e destaca a falta de investimento do município: 

“A prática do esporte na cidade atualmente é ineficiente, praticamente nulo e falta de apoio do município, juntamente a secretaria de esportes. As maiores dificuldades hoje são a falta de incentivo e o desleixo pela falta de incentivar os jovens da atualidade na mobilização de sua prática, apesar do skate ser um esporte totalmente livre, falta bastante o apoio para grande maioria.

Sobre projeções futuras de um possível medalhista da região, Cristiano acredita que com a atua falta de investimento e de incentivos por parte do poder municipal, as chances são praticamente nulas: 

“Existe alguns garotos e jovens da nova geração com muita energia, que mesmo com tudo isso tem o seu valor, mas infelizmente não são vistos, fora o preconceito das pessoas da cidade quanto ao esporte seja ela dentro de seus lares, familiares, escolas, sociedade e afins o que não deixa de ser uma grande realidade.”

De acordo com a prefeitura de Mariana, O município inaugurou no ano passado uma pista de skate. Porém, devido a pandemia ela está atendendo apenas os praticantes mais antigos da modalidade, e afirma que no futuro irá incentivar a prática do esporte na cidade. E reitera que existia um projeto para aulas com crianças e adolescentes carentes da região e que os planos são de que assim que as atividades esportivas do município voltarem 100%, retomemos esse projeto juntamente com a associação de esportes urbanos.

Na cidade de Ouro Preto, o Coletivo denominado Associação de Skatistas de Ouro Preto (ASKOP), está com as atividades pausadas por tempo indeterminado, mas se você quiser acompanhar o trabalho, a página no Facebook segue no ar e o blog que contém o portifólio segue guardando a luta da galera pelo esporte que agora, é olímpico. 

Em Itabirito, a prefeitura nos informou que o município conta com uma pista de skate e esportes radicais, que é referência na Região dos Inconfidentes, atraindo inclusive praticantes de cidades vizinhas. E complementou que o poder municipal já anunciou o projeto de escolinhas públicas de skate, o que inclui o planejamento de aquisição de materiais para as aulas práticas. Tal projeto ainda não foi executado, em razão da pandemia. Além disso, há planejamento de realização, ainda neste ano, de eventos da modalidade esportiva.